Neste estudo foram avaliados os Diâmetros Medianos Volumétricos (DMVs), Amplitude Relativa (AR), percentual de gotas com diâmetro menor que 100 µm (V100) e deriva (% deriva) de quatro classes de gota (Fina, Média, Grossa e Muito Grossa) em dois volumes de aplicação (77 e 144 L .ha-1) utilizando a mistura dos herbicidas atrazine e nicosulfuron (2500 + 15 g .i.a. .ha-1), utilizando os métodos de PDIA e de túnel de vento. Os experimentos foram realizados sob o DIC, no esquema fatorial 4 × 2 (classes de gota × volumes de aplicação), com cinco repetições. Os dados foram submetidos à análise de variância e ao teste de Tukey a 5%, e a correlação entre as variáveis calculada considerando o coeficiente de Pearson a 1% e 5%. O DMV de todas as classes de gotas foi significativamente diferente nos dois volumes. O DMV mínimo para a classificação da classe de gota Grossa não foi atingido nos dois volumes de aplicação. As maiores médias de AR foram observadas no volume de 77 L.ha-1. Todos os tratamentos apresentaram diferenças significativas na análise de V100 e % deriva, com as maiores médias observadas nas classes de gota Fina (144 L. ha-1) e Média (77 L .ha-1). Verificou-se correlação negativa entre DMV × V100 e DMV × % deriva e correlação positiva entre V100 × % deriva nos dois volumes. No volume de 77 L .ha-1 a AR correlacionou-se negativamente com o DMV e positivamente com V100 e % deriva. No volume de 144 L .ha-1 a correlação entre AR e DMV, V100 e % deriva não foi significativa. (AU)

Pragas e doenças agrícolas podem causar prejuízos financeiros na escala de milhões por ano e ameaçar a segurança alimentar. O Controle Biológico (CB) é um fenômeno natural para mitigar uma determinada população de praga, tornando-a menos abundante e prejudicial. O uso de Veículos Aéreos Não Tripulados (VANT) como plataforma de apoio ao CB é promissor devido ao baixo custo operacional, alta eficiência e ampla faixa de aplicação. A BirdView é uma empresa paulista, situada na cidade de São Manuel, especialista na aplicação com VANT de biodefensivos para CB de pragas desde 2015. A empresa possui tecnologia proprietária, licenciada no Brasil, África do Sul, Índia e México, que permite a liberação de inimigos naturais em qualquer etapa de seu ciclo de vida, provendo um controle de pragas sustentável. Além desta tecnologia, a BirdView, em parceria com a Embrapa Instrumentação, São Carlos, desenvolveu um Otimizador de rotas para aplicação aérea não tripulada de agentes biológicos (ORBIO), para gerenciar as missões de dispersão de biodefensivos e prover a automatização de rotas com VANT. Este planejamento é necessário para atender as restrições envolvidas na operação de CB, como: identificação das principais características da área de cobertura, busca pelos pontos de pouso e decolagem adequados, determinação da distância entres as linhas paralelas da trajetória considerando o tipo de aplicação do agente biológico em uso, definição da altitude de voo, retorno com segurança à base considerando a limitação de energia do veículo e geração de arquivos contendo pontos de rota prontos para voar. O ORBIO originou-se a partir da lacuna de mercado relacionada a softwares de planejamento de rotas otimizadas, multiplataforma e de fácil utilização por parte de seus usuários, voltado para o CB. Os softwares existentes no mercado não possuem uma otimização de rotas baseada em parâmetros configurados pelo usuário e exigem maior experiência do operador na geração dos planos de voo. Experimentos iniciais com o ORBIO mostraram-se promissores, já que houve redução no tempo de planejamento comparado aos planos gerados manualmente por um profissional experiente. Além disso, houve redução no erro humano médio de 18%, que graças à automatização, pode ser radicalmente reduzido para menos de 1% nas distâncias entre as linhas necessárias para o CB. Nesse contexto, este projeto visa ampliar o escopo do projeto ORBIO, lidando com áreas de plantio em larga escala por meio do planejamento e gerenciamento de múltiplos voos em cada missão. O desafio consiste em utilizar técnicas de decomposição adequadas, de acordo com a área de cobertura, para dividir a área em subáreas de acordo com a capacidade de voo dos VANT e as características da missão. Neste contexto, as múltiplas subáreas resultantes da decomposição podem ser cobertas por um único VANT, realizando diversos voos consecutivos e intercalados por trocas de bateria na base ou por múltiplos VANT, exigindo estratégias mais sofisticadas de cooperação entre eles com o intuito de evitar quedas e colisões. Ao final do projeto, espera-se disponibilizar no mercado uma plataforma completa de gestão e otimização de rotas voltado para o CB com VANT, capaz de lidar com pequenas ou grandes extensões de grandes terras. (AU)

Os impactos antrópicos em ambientes aquáticos ocasionam a exposição da fauna e flora a inúmeras substâncias, das quais, muitas vezes, desconhecemos seus reais efeitos individuais e em misturas. Dentre os agentes químicos que são constantemente introduzidos no meio ambiente, os praguicidas mostram-se relevantes, não só pelas quantidades utilizadas, mas também pela sua toxicidade inerente e pela diversidade de produtos registrados e comercializados no Brasil. Entre os testes ecotoxicológicos com peixes, o modelo baseado no Danio rerio (conhecido como zebrafish) tem se tornado popular para avaliação da toxicidade, principalmente por ser um organismo com anatomia, fisiologia e desenvolvimento similares a vertebrados superiores, incluindo seres humanos, e por ser representativo e reconhecido como modelo para avaliação de ambientes aquáticos. Portanto este projeto visa avaliar diversos parâmetros, incluindo biomarcadores, para investigar os efeitos dos ingredientes ativos Carbendazim, Fipronil e Ametrina, que representam riscos para a vida aquática e a saúde humana, focando tanto na sua ação individual quanto nas suas misturas. Para isso, este projeto realizará análises voltadas a identificação de alterações histopatológicas no fígado e nas brânquias, além da possível ação destes agentes como interferentes endócrinos e no desenvolvimento embrionário em zebrafish. Estas análises além de acrescentar um caráter multidisciplinar ao projeto permitirão a produção de dados relevantes para ampliar o conhecimento ecotoxicológico e identificar como tais toxicantes podem interagir com a biota. Os resultados também poderão contribuir para avaliações de risco ambiental mais precisas destes ingredientes ativos. (AU)

O projeto aqui proposto tem como objetivo principal ampliar estudos de viabilidade ecológica-ambiental-agrícola de espécies de abelhas sem ferrão como polinizadores em cultivos de morango tratados com agrotóxicos, de modo a consubstanciar análise de Risco Fase 2. As novas frentes de trabalho desenhadas trarão resultados importantes para o avanço de conhecimentos em analítica ambiental, em ecotoxicologia, e em análise de risco para as abelhas sem ferrão no ambiente agrícola do Brasil, como também será possível rastrear efeitos de deriva de agrotóxicos para ambientes não-alvo. O local de estudo são as lavouras de morango da região sul do estado de Minas Gerais. Para tanto, as tarefas a serem realizadas incluem: i) Ampliar a geração de dados sobre a Concentração Ambiental Estimada (CAE) dos agrotóxicos em matrizes ambientais relevantes para as abelhas, por meio do método de preparo de amostras QuEChERS, com o uso da técnica analítica de Cromatografia à Líquido acoplada à Espectrômetro de Massas para análise dos agrotóxicos abamectina, difenoconasol, tiametoxam e imidacloprido nas matrizes pólen dos cultivos de morango, milho, feijão e batata; pólen e mel armazenado nas colmeias; no tecido biológico da abelha; ii) Aplicar bioensaios de toxicidade aguda e crônica dos agrotóxicos de interesse e suas misturas; iii) Avaliar a capacidade de termorregulação colonial;iv) Mapear o uso e ocupação do solo no raio de ação das abelhas por meio de imageamento remoto e v). Aplicar técnicas palinológicas e de microscopia eletrônica de varredura (MEV) para identificar preferências florais e origem botânica dos grãos de pólen. (AU)

Existe uma busca intensa pelas empresas de defensivos tradicionais por novos produtos que possuam princípios ativos naturais e biológicos. Esses defensivos estão sendo cada vez mais utilizados pelo exigente mercado consumidor, seja pela sustentabilidade ambiental ou para um manejo mais eficiente e econômico. Porém a susceptibilidade desses princípios ativos às condições adversas do ambiente, como baixa umidade e alta incidência de raios ultravioleta (UV), limita tanto a vida útil desses defensivos, como sua eficiência. Ao desenvolver esta pesquisa contando com a interação de profissionais atuantes em diferentes áreas de conhecimento - engenharia, microencapsulação, microbiologia, agronomia e entomologia - busca-se obter defensivos naturais microencapsulados de alta eficiência, com baixo impacto ambiental e alto potencial econômico. Nesse contexto, o objetivo deste trabalho será produzir defensivos agrícolas microencapsulados que protejam os ativos e possuam ação prolongada após a aplicação. Dois defensivos serão produzidos, um natural (a base de óleo de mostarda) e um biológico (a base de fungo). Uma planta piloto de encapsulação será montada para produzir os defensivos em quantidades suficientes para realizar os testes de campo. O defensivo natural será elaborado a partir da encapsulação de óleo de mostarda em dois sistemas encapsulantes, uma emulsão com dupla camada e uma combinação de emulsão de dupla camada com a emulsão de Pickering. O defensivo natural, que já se mostrou viável na fase 1 do projeto, será encapsulado na planta piloto e ajustes no sistema de produção serão realizados para obter microcápsulas com as mesmas características das obtidas em laboratório. Testes serão realizados para aumentar a quantidade de óleo de mostarda nas microcápsulas, aumentando a eficácia do produto e permitindo que doses menores sejam utilizadas. Também será avaliado se a formulação do produto afetará as microcápsulas. A estabilidade das emulsões, a distribuição do tamanho de gotas e a morfologia das microcápsulas serão avaliadas. O defensivo biológico será elaborado a partir da encapsulação dos conídios do fungo metarhizium anisopliae por gelificação iônica utilizando alginato de sódio e pectina. O encapsulante que apresentar o melhor custo-benefício será selecionado para as próximas etapas da pesquisa. A influência da concentração do encapsulante e da vazão de alimentação no processo de encapsulação serão avaliadas sobre as propriedades físicas das microcápsulas e viabilidade do fungo. Como o metarhizium é sensível a radiação solar, será avaliado o efeito da adição de protetores solares nas microcápsulas. Testes preliminares mostraram que a encapsulação aumentaa viabilidade do fungo, e que o uso de protetores solares torna essa viabilidade ainda maior. A eficácia dos defensivos natural e biológico microencapsulados será avaliada em testes com insetos e em testes de campo. Espera-se que os defensivos obtidos a partir desta pesquisa sejam responsáveis por 50% do faturamento da Linax Óleos Essenciais, com crescimento contínuo semelhante ou superior ao do mercado de defensivos do Brasil. O mercado mundial desses produtos tem apresentado crescimento médio anual de 15,3% e, no Brasil, a tendência é que ele cresça entre 15% a 20% nos próximos anos. (AU)

Esta proposta objetiva complementar financeiramente um projeto com auxílio do CNPq/Universal em andamento, em decorrência da interrupção das atividades laboratoriais para análise nutricional das plantas devido à pandemia. O projeto original objetiva analisar efeitos causados pelo herbicida glyphosate sobre o crescimento, a nutrição mineral e o metabolismo de plantas e sobre a nutrição mineral, a qualidade e a produtividade de grãos, além de avaliar a presença de resíduos do herbicida em grãos, de milho transgênico com tolerância ao glyphosate, em condições de casa de vegetação e de campo, em uma continuação de estudos que vem sendo realizados pelo grupo de pesquisa. Os experimentos estão sendo conduzidos por dois anos consecutivos. No campo, os experimentos estão sendo conduzidos em três locais: Dracena e Jaboticabal, SP, e Guarapuava, PR; e em casa de vegetação, os experimentos estão sendo conduzidos em Jaboticabal, SP. Os tratamentos são: (i) testemunha sem aplicação de glyphosate; (ii) aplicação única de glyphosate a 980 g e.a. ha-1, aos 21 dias após a emergência (DAE); e (iii) aplicação sequencial de glyphosate a 520 + 980 g e.a. ha-1, aos 14 e 28 DAE, respectivamente, tanto em casa de vegetação quanto em campo. Estão sendo utilizado delineamento inteiramente casualizado em casa de vegetação e delineamento em blocos casualizados em campo, ambos com 10 repetições. Em casa de vegetação, estão sendo efetuadas avaliações de altura de plantas, diâmetro do caule, número de folhas, teores de glyphosate, ácido aminometilfosfônico (AMPA), ácido chiquímico, fenilalanina, tirosina e triptofano, teores foliares de macro e micronutrientes e trocas gasosas. No campo, estão sendo efetuadas essas mesmas avaliações, além de componentes de rendimento, produtividade, teores de amido, proteínas totais e extrato etéreo, teores de macro e micronutrientes nos grãos e teores de glyphosate e AMPA nos grãos. Para o desenvolvimento deste projeto foram feitas parcerias com a Universidade do Mississippi e a UNESP de Botucatu (estudos metabólicos e de resíduos de glyphosate e AMPA), com a UNESP de Dracena e a Unicentro (experimentos de campo). Os estudos metabólicos e o aprofundamento nos estudos de qualidade dos grãos e resíduos de glyphosate e AMPA em grãos, bem como o desenvolvimento de experimentos de campo em diferentes locais, são as principais inovações deste projeto em relação ao anterior. Espera-se confirmar que não há alteração na nutrição mineral e no metabolismo fotossintético e da rota do ácido chiquímico de plantas de milho a ponto de afetar seu crescimento, produtividade e qualidade de grãos, além de elucidar o que ocorre com o glyphosate na planta e se há ou não acúmulo de resíduos de glyphosate e AMPA em grãos a fim de verificar a segurança no consumo dos grãos de milho. Além disso, este projeto dará suporte na orientação de alunos de iniciação científica e doutorado em Agronomia (Produção Vegetal) da UNESP de Jaboticabal. (AU)